Algumas pessoas acreditam que Deus é fruto da criação da mente humana. Tudo o que o homem não consegue explicar ou descrever é lançado no campo ‘de Deus’, ou ‘metafísico’ ou ‘espiritual’.
O interessante é que se formos pensar dessa forma todo o deus que o homem cria é limitado e falho, assim como ele mesmo. Na mitologia grega e romana, por exemplo, os deuses passam por situações semelhantes ao homem de modo geral: têm dor de cabeça, ataques de ira, matam um ao outro, protegem ladrões, casam com a mãe, sofrem com a feiúra.
No intuito de compreender a si mesmo e o universo, os homens tentam pela observação e imaginação ter a compreensão de Deus, de quem são e do seu propósito existencial, mas acabam esbarrando no próprio entendimento. Então cada um cria para si o seu deus e a sua maneira de cultuá-lo.
Por essa razão muitos deixam de crer em Deus, pois olham para si e se vêem cheios de defeitos e acabam transferindo o próprio caráter para Deus. Vêem Deus de forma distorcida por achá-lo que é igual ao homem. Quem já não ouviu falar: ‘Deus não existe ou se existe é muito mal, porque olha o mundo como está!’
O conhecimento de Deus não vem de nós mesmos para que não caíamos em enganos e decepções, mas mediante revelação do próprio Deus. Em Números 23.19 está escrito ‘Deus não é homem’. O caráter de Deus não é igual ao caráter do homem por si mesmo. Temos dificuldade de crer em um Deus bom e amoroso, conforme descrito na Bíblia, por transferir a Ele nossas frustrações e tristeza dos nossos relacionamentos.
Uma mãe desesperada pode questionar pela morte de seu filho: 'onde estava Deus que não impediu que meu filho fosse brutalmente assassinado por um seqüestrador? Deus é mal ou então não se importa comigo'. De fato, Deus nos ama e se importa conosco o tempo inteiro, mas em decorrência de um outro ser humano nos magoar tão profundamente é gerado um sentimento de incompreensão e confusão quanto ao caráter de Deus.
Há somente um jeito de ver o Senhor como Ele de fato é: pela Sua Palavra. A continuação de Números 23.19 é: Deus não é homem ‘para que minta’. O que Deus diz é a verdade. A sua Palavra é a verdade (Sl. 119.160; João 17.17). A Bíblia é a Palavra de Deus inspirada, que não falha. Estando submergidos na Palavra de Deus, do que Ele diz a respeito de si mesmo e de nós, o nosso interior é mudado e conseqüentemente toda a nossa visão de mundo.
De modo complementar, a Bíblia diz que Jesus, embora sendo Deus, esvaziou-se de sua divindade e se fez homem (Filipenses 2.7). Deus não é homem, Ele se fez homem para que pudesse revelar a si mesmo, o seu amor, quem de fato somos e qual o nosso propósito e modo que pudéssemos compreender. Deus é amor (1 João 4.8). Ele não muda (Tiago 1.17). Inconstância é um sentimento humano. Se estamos em uma mesma altura a nossa visão tende a ser a mesma, mas se alguém está no alto, consegue ver além do que se veria se estivesse na terra.
O Senhor tanto nos amou que ao nos ver separados dele pelo pecado enviou seu único filho, Jesus, que é a expressão exata de quem Ele é, para nos resgatar de todas as maldições conseqüentes do pecado e nos dar vida abundante. Se o pecado trouxe a morte espiritual (separação do homem de Deus) e física, doenças, miséria e tudo mais que há de ruim, Jesus veio revelar ao homem o plano de paz que Deus tem para com ele.
Enquanto Jesus esteve na terra andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo porque Deus era com Ele (Atos 10.38). Viveu uma vida sem pecado (2 Coríntios 5.21), embora tendo sido tentado, experimentado e ter sofrido o mesmo que nós. Na cruz, símbolo de maldição naquela época, Ele se fez maldição em nosso lugar, cravando ali os nossos pecados. Morreu, mas ressuscitou sobre o império da morte e nos ‘dá de graça’ a salvação mediante a fé Nele (Romanos 10.8-11).
Não que merecêssemos algo de bom, porque o salário do pecado é a morte (Romanos 6.23). Ou seja, quem peca, tem que morrer. Mas Ele morreu em nosso lugar para que Nele fôssemos resgatados para Deus e feitos membros de sua família! (Efésios 2.19)
A origem de tudo é Deus. Ele é o ‘Eu sou’ (Êxodo 3.14), jamais foi criado e nem concebido pela mente humana. Ele está muito acima da nossa própria compreensão; além da nossa caixa de pensamentos limitados. O homem, nele mesmo, não encontra as resposta que tanto busca, mas a partir de Deus lhe é revelado quem Ele é o seu propósito.